segunda-feira, novembro 06, 2006

GATO FEDORENTO VERSÃO 2


Depois de me deliciar a ver os sketchs do Gato Fedorento, na RTP1, já de barriga cheia com os três golos com que o SLB brindou o Beira-Mar, resolvi acompanhar a entrevista de Marques Mendes a Maria João Avillez, na SIC Notícias.
Bem sei que a Maria João é uma senhora e não uma daquelas entrevistadoras que estão sempre a interromper o convidado de dedo espetado, não o deixando acabar as respostas às questões que anteriormente colocou. Mas era escusado deixar o líder do PSD falar tanto. Luís Marques Mendes continua a ser um problema para o seu próprio partido. O homem, que foi ministro, secretário de estado e é deputado a um ror de anos, fala com toda a candura de quem nunca exerceu um cargo político e apenas quer uma oportunidade (mais uma), convencido de que está a dizer as maiores verdades deste mundo e do outro. Agora até vem dizer que tinha uma vida profissional antes do partido. Que foi advogado - alguém o viu numa barra de um tribunal nos últimos 20 anos? - e que geriu uma universidade. Pois pois, geriu a Universidade Atlântica do amigo Isaltino Morais, em Oeiras, e ainda se dá ao luxo de considerar, sendo candidato a primeiro-ministro, que isso deve constar do seu currículo. Depois debita chavões do tipo "universidade de excelência", "gestão profissional" e "maior liberdade, maior responsabilidade".
Eu já agora gostava de saber se depois da gestão dele a Universidade Atlântica se tornou numa universidade de excelência, se ao referir-se à gestão profisional estava a referir-se à forma como o partido de que é presidente apresentou contas e aplicou a lei do financiamento dos partidos e em se matéria de liberdade e de responsabilidade os seus acólitos da Região Autónoma da Madeira são o exemplo a seguir no continente.
Estou certo de que se ele começasse por esclarecer estas pequenas dúvidas, o seu "pensamento estratégico" ficaria muito mais claro, e nós, telespectadores, sempre poderíamos concluir que ele, afinal, não é apenas mais um fala-barato parido pela partidocracia portuguesa a querer pôr-se em bicos dos pés. Para Gato Fedorento antes o original. Nunca gostei de remakes.

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