Começo a achar verdadeiramente abomináveis estes pseudo-concursos e sondagens com votações via sms ou pelo telefone em que os promotores, além de se utilizarem da ignorância, falta de senso e atraso cultural de quase dez milhões de portugueses, ainda por cima lhes cobram o valor da sua participação a preços de agiota. Eu recuso-me a participar neste tipo de operações, agora muito na moda e a que a televisão pública, mas cada vez mais púbica, se associa com regularidade. A moda pegou e pelos vistos é como rezava aquele anúncio: veio para ficar.
Se um sms custa entre 8 a 12 cêntimos numa rede móvel normal, por que raio é que a participação num concurso há-de ser taxada a 50 cêntimos? Então e uma chamada taxada a 60 cêntimos mais IVA? Reparem no pormenor: os sms vêm com IVA, as chamadas ainda têm o IVA por cima dos sessenta cêntimos, ficando pela módica quantia de setenta e dois cêntimos, ou seja, mais de 140 paus!
Depois do "roubo" do 118 e congéneres (12118 e 1820), em que um tipo paga couro e cabelo por uma mísera informação que devia ser gratuita e que muitas vezes se é obrigado a obter através desses malfadados números porque os serviços se esqueceram de inserir o assinante na lista telefónica, passando pela choldra que foram as chamadas de valor acrescentado em que muitos pobres de espírito e muitos pais quase se arruinaram com contas de milhares de euros, sem esquecer os bilhetes para o futebol e as camisolas desportivas que são oferecidas a cada 300 chamadas (uma camisola custa em média 60 euros), e os toques polifónicos e as imagens porno que levam os miúdos a gastar todo o crédito dos telemóveis, agora vem a televisão pública chular o zé povinho para poder pagar os chorudos ordenados da Maria Elisa (é boa jornalista, sublinho), da Alberta e de mais uma catrefa de gente.
E ainda por cima vêm chular o povinho com um concurso em que até se esqueceram de incluir o Manuel Laranjeira, figura incontornável no pensamento de Unamuno.
Pois fiquem a saber que comigo não contam para estes progamas "culturais" que só servem para sacar mais uns cobres aos incautos e manter o povo nas trevas da ignorância.
P.S. Ouvi agora que qualquer português pode ser escolhido e que é tudo uma questão de votos. Este facto só vem dar razão ao post anterior. A menção aos votos confirma as hipóteses do presidente do Gil Vicente vir a ser o escohido. Basta que se predisponha a gastar no envio de sms e na realização de chamadas telefónicas o mesmo que gastou no clube nos últimos anos.
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