"E não me assusta a morte! Só me assusta
ter tido tanta fé na vida injusta ...
e não saber sequer pra que a vivi!"
Para que não me venham perguntar outra vez quem era o Laranjeira, de quem eu não sou particular amante, mas cuja escrita muito me impressionou quando o conheci, aqui fica, com a devida vénia, graças à Universal (www.universal.pt)
Laranjeira, Manuel(1877 - 1912)
"Poeta, dramaturgo e articulista português, médico de profissão, natural de Vergada, Vila da Feira. Amigo e correspondente de Miguel de Unamuno, relacionou-se com alguns dos maiores vultos da cultura portuguesa do princípio do século XX: Amadeo de Souza Cardoso, António Carneiro, António Patrício. Viveu uma existência solitária e dramática, de que a sua poesia e as suas cartas são o reflexo. Sabendo-se consumido por uma sífilis congénita, suicidou-se aos trinta e cinco anos de idade. É autor de um livro de poemas, Comigo – Versos dum Solitário (1912), que, apesar da simplicidade métrica – constituído quase só por hendecassílabos e redondilhas –, do vocabulário incaracterístico e do ritmo pouco musical, vale sobretudo como documento da sensibilidade torturada e complexa de um homem angustiado em busca do sentido da vida. Publicou, ainda, o ensaio A Cartilha Maternal e a Fisiologia (1909).
O melhor da sua erudição e do seu espírito crítico encontra-se nas Cartas (1943, prefaciadas por Unamuno), publicadas postumamente. Publicou também o prólogo dramático Amanhã (1902) e do seu espólio fazem ainda parte três peças de teatro conservadas inéditas: As Feras, Naquele Engano de Alma, e Almas Românticas, esta última inacabada. Postumamente foram também publicados o Diário Íntimo (1957), as Prosas Perdidas (1958) e os Poemas Dispersos (1997). Nos artigos que escreveu para o jornal O Norte (1907-1908), compilados em volume, em 1955, fez uma análise, extremamente lúcida, do que era o «pessimismo nacional», afirmando que o atraso português tinha como causa o fosso existente entre os intelectuais e a restante população."
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