“Há muita gente que está a sofrer e com muita dificuldade e, não se podendo evitar o sofrimento e a austeridade, há, no entanto, que ter extremo cuidado no tratamento das pessoas, em particular com a sua dignidade”. Para Pacheco Pereira houve, nesta acção, humilhação de algumas pessoas. “Posso atirar um saco de moedas ao ar e as pessoas atiram-se para apanhar. Foi um bocado o que aconteceu. Quem foi lá apanhar as moedas ficou contente, mas sabe que se teve de se pôr no chão. E aí há uma certa humilhação” - Aqui, no Jornal de Negócios.
Volto a dizer o mesmo: se o Pingo Doce queria fazê-lo e se o objectivo era ajudar as pessoas então que o fizesse noutro dia. No dia do seu aniversário, por exemplo, num qualquer sábado ou domingo, em que o impacto seria o mesmo, ou durante um prazo mais longo, anunciando com antecedência a iniciativa. E assim dando também uma oportunidade aos idosos reformados que têm dificuldade em deslocar-se ou que só podem fazê-lo acompanhados, e que não têm qualquer hipótese de lutar no meio da malta pelos pacotes de leite, as garrafas de azeite ou as de whisky (bem essencial para os especialistas de gestão dessa cadeia de supermercados mas em relação ao qual o ministro Gaspar não foi suficientemente sensível para aplicar a taxa reduzida do IVA).
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