"Algum tempo depois das eleições legislativas de 2011, Jorge Silva Carvalho, então quadro da Ongoing, enviou, por correio electrónico, ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, um relatório detalhado com um plano para reformar os serviços de informação, propondo para directores do SIS (Serviço de Informações de Segurança) e do SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa) funcionários da sua confiança e apontando ainda os nomes daqueles que não deveriam assumir cargos dirigentes" - Público, 10/05/2012
“O desempenho de cargos públicos e partidários ao longo dos anos ajudaram a tornar mais acessível os meus contactos de email e telemóvel, pelo que recebo permanentemente imensos emails e sms’s de pessoas e entidades sobre os mais variados temas, e sobre este caso em particular não tenho ideia de ter recebido qualquer informação particular, e disso não resultou qualquer interacção da minha parte.” - Miguel Relvas, Jornal i, 10/05/2012
À medida que se vão revelando as listas de distribuição que apareciam na ponta dos tentáculos dos "polvos" das secretas, vai-se conhecendo um pouco melhor esta gente que contribuiu para que Portugal mergulhasse num poço sem fundo. O cheiro pestilento que se vai elevando das sarjetas, em resultado das investigações que têm sido conduzidas, mostra que os ovos podres entraram nas máquinas partidárias e maçónicas e acabaram por se partir lá dentro. O resultado disso é a ponta do icebergue cujos contornos surgem agora. Curiosa foi a expressão usada pelo ministro Miguel Relvas de que não houve qualquer "interacção da minha [sua] parte". Seria bom que o ministro, porque de um ministro com responsabilidades se trata, esclarecesse o que pretendeu dizer com tal expressão e que tipo de "interacção" é que, normalmente, o recebimento de informação sensível (secreta) por e-mail ou sms desencadeia da sua parte.
Dizer que não se recorda, logo ele que com a sua incontornável pesporrência está sempre a dizer que os portugueses têm memória - naturalmente referindo-se a si próprio - quando se trata de fazer ataques políticos aos adversários, soa a falso, soa a muito falso. Nada de estranhar, é certo, de quem tem o seu percurso político, profissional e académico, pois basta ver as reportagens, algumas bem recentes, ler as suas entrevistas e as declarações que foi fazendo, para se ver que essa falta de memória não cola com o figurante.
Aliás, como resulta óbvio das declarações que surgem hoje na imprensa, volta a ganhar força o dito popular de que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. Declarar que não se tem "ideia de ter recebido qualquer informação particular sobre o caso", ao mesmo tempo que se tem a certeza de que "disso" - "disso" o quê?; do que não se recorda? - não resultou "qualquer interacção", é uma espécie de gato escondido com o rabo de fora. Mais um dos vários com que a política nacional nos tem brindado nos últimos anos, entre robalos, sucatas, universidades, reformas, acções e jaguares.
Neste triste caso das secretas, o gato é enorme, contribuiu para a queda de um Governo e a ascensão de outro e está metido no aparelho de Estado até ao tutano. A sua cauda é tão grande e tão forte que penetrou e impregnou o tecido social e partidário com toda a viscosidade que lhe ficou agarrada ao pêlo pelos buracos por onde andou.
Agora, o gato que entrou pelo buraco e deixou a cauda de fora já engordou de tal forma que não é possível fazê-lo sair do Estado e dos partidos políticos sem que primeiro se destrua tudo o que está à sua volta e depois se enfie o animal numa tina com água quente e sabão azul.
Bem que eu gostaria que os portugueses, os que não se deixaram levar pela música da Mozart e os milhões fáceis obtidos nas tetas das empresas que dependem do Estado e das autarquias para prosperar, tivessem ainda coragem e força para fazê-lo. E, em especial, para esfregar a gataria que tomou conta deste país, até deixá-la limpa. Se possível sem pêlo. Com um aspecto rosadinho. Como as bochechas do ministro Relvas quando é entrevistado por Judite de Sousa. Seria a única forma de avivarmos a memória a outros gatos que por aí andam, no Estado, nas autarquias e nos partidos, à procura de gatas com o cio onde se possam meter. E, já agora, evitar-lhes o "desconforto" de futuras interacções que os ponham a voar e a engordar e nos lixem a todos.
À medida que se vão revelando as listas de distribuição que apareciam na ponta dos tentáculos dos "polvos" das secretas, vai-se conhecendo um pouco melhor esta gente que contribuiu para que Portugal mergulhasse num poço sem fundo. O cheiro pestilento que se vai elevando das sarjetas, em resultado das investigações que têm sido conduzidas, mostra que os ovos podres entraram nas máquinas partidárias e maçónicas e acabaram por se partir lá dentro. O resultado disso é a ponta do icebergue cujos contornos surgem agora. Curiosa foi a expressão usada pelo ministro Miguel Relvas de que não houve qualquer "interacção da minha [sua] parte". Seria bom que o ministro, porque de um ministro com responsabilidades se trata, esclarecesse o que pretendeu dizer com tal expressão e que tipo de "interacção" é que, normalmente, o recebimento de informação sensível (secreta) por e-mail ou sms desencadeia da sua parte.
Dizer que não se recorda, logo ele que com a sua incontornável pesporrência está sempre a dizer que os portugueses têm memória - naturalmente referindo-se a si próprio - quando se trata de fazer ataques políticos aos adversários, soa a falso, soa a muito falso. Nada de estranhar, é certo, de quem tem o seu percurso político, profissional e académico, pois basta ver as reportagens, algumas bem recentes, ler as suas entrevistas e as declarações que foi fazendo, para se ver que essa falta de memória não cola com o figurante.
Aliás, como resulta óbvio das declarações que surgem hoje na imprensa, volta a ganhar força o dito popular de que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. Declarar que não se tem "ideia de ter recebido qualquer informação particular sobre o caso", ao mesmo tempo que se tem a certeza de que "disso" - "disso" o quê?; do que não se recorda? - não resultou "qualquer interacção", é uma espécie de gato escondido com o rabo de fora. Mais um dos vários com que a política nacional nos tem brindado nos últimos anos, entre robalos, sucatas, universidades, reformas, acções e jaguares.
Neste triste caso das secretas, o gato é enorme, contribuiu para a queda de um Governo e a ascensão de outro e está metido no aparelho de Estado até ao tutano. A sua cauda é tão grande e tão forte que penetrou e impregnou o tecido social e partidário com toda a viscosidade que lhe ficou agarrada ao pêlo pelos buracos por onde andou.
Agora, o gato que entrou pelo buraco e deixou a cauda de fora já engordou de tal forma que não é possível fazê-lo sair do Estado e dos partidos políticos sem que primeiro se destrua tudo o que está à sua volta e depois se enfie o animal numa tina com água quente e sabão azul.
Bem que eu gostaria que os portugueses, os que não se deixaram levar pela música da Mozart e os milhões fáceis obtidos nas tetas das empresas que dependem do Estado e das autarquias para prosperar, tivessem ainda coragem e força para fazê-lo. E, em especial, para esfregar a gataria que tomou conta deste país, até deixá-la limpa. Se possível sem pêlo. Com um aspecto rosadinho. Como as bochechas do ministro Relvas quando é entrevistado por Judite de Sousa. Seria a única forma de avivarmos a memória a outros gatos que por aí andam, no Estado, nas autarquias e nos partidos, à procura de gatas com o cio onde se possam meter. E, já agora, evitar-lhes o "desconforto" de futuras interacções que os ponham a voar e a engordar e nos lixem a todos.
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