Convirá antes de tudo o mais dizer que não sou adepto de carnavais e que com excepção de meia dúzia de sambistas, também elas de excepção, nem sequer perco tempo a ver desfiles na televisão. E se forem em Portugal ainda menos, porque homens vestidos de mulher, gordas, barrigudas e enjeitadas cheias de silicone e celulite não são a melhor das coisas para se apreciar.
Posto isto gostaria de vos dizer que compreendo perfeitamente a decisão de Passos Coelho de não conceder tolerância de ponto no Entrudo. Esta é a parte que eu percebo e que nem de perto nem de longe se poderá alguma vez comparar com a abolição dos feriados de 5 de Outubro e de 1 de Dezembro.
O que eu já não compreendo é que essa decisão tenha sido tomada tão em cima do joelho. Quer-me parecer, pelas declarações que proferiu, que o primeiro-ministro ainda nem sequer tinha pensado no assunto quando a questão lhe foi colocada e o que disse foi a primeira coisa de que se lembrou. Aliás, creio que a forma trapalhona e atabalhoada como a resposta foi dada e, na sequência dela, a questão surgiu na comunicação social, com o clima que logo gerou, são o espelho disso mesmo.
A trapalhada não será muito diferente daquela que o ministro da Economia criou no final da última reunião do Conselho de Ministros com a confusão entre férias e feriados e a data da entrada em vigor das decisões tomadas sobre essa matéria.
Passos Coelho esqueceu-se de que há compromissos assumidos, que muita gente - autarquias incluídas - se empenhou há um ror de meses para preparar os desfiles e que não é na véspera que se avisa. Acabe-se com a 3ª feira de Carnaval mas faça-se isso em termos adequados, com tempo para as pessoas se prepararem e evitando-se prejuízos desnecessários. No final, sei que teremos mais uma confusão generalizada, com escolas fechadas e pais a terem de ir trabalhar e sem terem onde deixar os filhos. Prejuízos em barda. Nada, infelizmente, que a gente não estivesse à espera desta trupe carnavalesca de laranjinhas impreparados que chegou ao poder "aldrabando" o eleitorado e sem saber o que fazer com o poder. Por falta de ideias, de currículo e de experiência. Um desastre a somar a tantos outros.
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