"A proposta de abolição dos feriados de 5 de Outubro e 1 de Dezembro constitui uma escandalosa afronta do governo aos valores nacionais. Não há coragem para abolir alguns dos muitos feriados religiosos pelo receio de afrontar a Igreja Católica. Também não há coragem para abolir o feriado municipal com receio de indispor as autarquias. Mas quando estão em causa os feriados que representam a independência nacional e o regime republicano, e que deveriam por isso ser absolutamente intocáveis, é o próprio governo que vem propor a sua abolição.
Pessoalmente assisto a isto com uma grande tristeza. Sempre senti profunda admiração pelo heroísmo dos conjurados do 1º de Dezembro que terminaram com a submissão do país a um rei estrangeiro. E não deixa de ser irónico que se termine com as comemorações da república pouco tempo depois de se ter festejado o seu centenário com pompa e circunstância. Se o governo, pela voz do seu ministro da Economia importado do Canadá, entende que não faz sentido comemorar os dias históricos nacionais, há que perguntar por que razão não entrega o país á gestão dos comissários europeus como a Alemanha propôs recentemente à Grécia. Porque com esta proposta de abolição destes feriados a mensagem que se transmite é que já não somos uma república e perdemos a nossa independência. E isso as gerações futuras nunca nos perdoarão." - Luís Menezes Leitão, no i, aqui.
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