Foi, indiscutivelmente, uma das mulheres mais atraentes, caprichosas e belas da história do cinema. Por ela muitos se perderam, outros perderam-se e reencontraram-se. Teve quase tudo aquilo, entre alegrias e desgostos, que se pode ter em vida. Mas nada justifica que num período como aquele que atravessamos, com uma crise económica e financeira de proporções dantescas, com refugiados espalhados um pouco por todo o mundo e milhões que não têm um tecto para se abrigarem ou meios para comer ou vestir, haja alguém no seu perfeito juízo que gaste quantias como as que foram despendidas num leilão de jóias em segunda ou terceira mão. Ou que deixe fortunas de dezenas de milhões a gatos (os gatos depois, com o que lhes sobrar, fazem testamento a favor de quem?). Não sei quantas pessoas podiam ser alimentadas, quantas escolas construídas ou empregos criados com tantos milhões, mas sei que o sofrimento de muita gente poderia ter sido minorado. E também sei que gastar quatro, cinco ou nove milhões de euros numa jóia ou legar quantias dessas a favor de gatos e cães pode dar imenso gozo a quem os tem sem deixar, todavia, de ser um acto abjecto e profundamente obsceno.
quinta-feira, dezembro 15, 2011
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