Na entrevista à RTP da semana passada, o primeiro-ministro, sem dizer que retirava a confiança política a Alberto João Jardim, e sabendo que é o líder do partido de que o segundo, que se vai apresentar a votos no próximo dia 9 de Outubro, é militante, foi claro ao dizer que não caucionava a atitude do presidente do Governo Regional da Madeira, que a considerava grave e que, por essa razão, não iria fazer campanha ao lado de Jardim.
Apesar das meias-palavras houve quem ficasse satisfeito com o que ouviu de Passos Coelho quanto à eventual retirada de confiança política. Marcelo Rebelo de Sousa foi um deles e apressou-se a vir dizer que via nas palavras do primeiro-ministro uma resposta inequívoca ao que fora pedido pelo líder do PS, António José Seguro.
Pois é, mas o problema é que ontem mesmo, à tarde, na sessão de lançamento de um livro sobre a "gloriosa" história da JSD, o ministro dos Assuntos Parlamentares, o inefável Miguel Relvas, com a clareza de quem se afirmou com um campeão da "agilização" de tarefas várias, quando questionado sobre a questão da Madeira disse inequivocamente às televisões, na Livraria Bertrand, que esperava a vitória eleitoral do PSD nas eleições regionais.
Ao dizê-lo, Miguel Relvas não só desmente Marcelo Rebelo de Sousa, já que desejando a vitória do PSD/Madeira nas eleições regionais ele está a dizer que Alberto João Jardim (e a sua tropa) merece ser reeleito e continuar a governar, dessa forma ignorando todas as "trampolinices" em matéria de despesa, como avaliza os métodos de Jardim e se afasta daquela que foi a posição de Passos Coelho na entrevista que concedeu.
Ao dizê-lo, Miguel Relvas não só desmente Marcelo Rebelo de Sousa, já que desejando a vitória do PSD/Madeira nas eleições regionais ele está a dizer que Alberto João Jardim (e a sua tropa) merece ser reeleito e continuar a governar, dessa forma ignorando todas as "trampolinices" em matéria de despesa, como avaliza os métodos de Jardim e se afasta daquela que foi a posição de Passos Coelho na entrevista que concedeu.
O que se impõe agora perguntar é como conciliar um desejo de vitória do PSD/Madeira nas eleições regionais, expresso por Miguel Relvas, com a atitude que Passos Coelho considerou grave e incaucionável das dívidas ocultas da Madeira, que torpedeou os esforços de todos e nos colocou aos olhos da imprensa internacional no mesmo nível dos aldrabões dos gregos.
Perante as inequívocas palavras de Miguel Relvas, Passos Coelho devia deixar-se de meias-tintas e salamaleques e dizer ao País o que pretende ver consagrado nas eleições regionais de 9 de Outubro. Isto é, se admite que há coisas graves que podem ser esquecidas e limpas por uma vitória eleitoral, o que permitirá a Jardim e ao seu pessoal de sempre, no futuro, reincidir, ou se será melhor para a Madeira e o País que o PSD/Madeira perca as eleições regionais ou que seja obrigado a governar, se ainda assim as vencesse, em coligação.
Talvez seja essa a única forma de Passos Coelho mostrar aos portugueses se é ele quem manda ou, se como acredita muita gente, se quem manda é o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e ele se limita a ser um mero executor daquilo que o ministro lhe encomenda.
Talvez seja essa a única forma de Passos Coelho mostrar aos portugueses se é ele quem manda ou, se como acredita muita gente, se quem manda é o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e ele se limita a ser um mero executor daquilo que o ministro lhe encomenda.
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