A escolha de Liu Xiaobo pela academia sueca do Nobel para Prémio Nobel da Paz é uma boa notícia. O facto de ter sido uma opção unânime só acentua a justeza da escolha.
Escritor, comentador político e activista dos direitos humanos num país onde qualquer actividade política que fuja aos cânones dos senhores do partido é vista como uma ameaça ao regime, o galardoado tem tido uma vida em que tão depressa está atrás das grades como logo a seguir é libertado sem que se compreendam as razões para um e outro acto por parte das autoridades chinesas.
A atribuição do prémio constitui um desafio ao novo império do meio, incapaz de fazer acompanhar a modernização económica de uma abertura política mínima, mas é também a garantia de que a luta daqueles que tombaram em Tiananmen defendendo o direito à opinião e à livre expressão do pensamento não será esquecida.
A repressão poder-se-á acentuar a partir deste momento, mas a alma dos povos que constituem a grande nação chinesa sairá fortalecida