Foi nove vezes campeão nacional de futebol, capitão do Sport Lisboa e Benfica e referência da selecção nacional. Na época de 1962/63 foi o melhor marcador do campeonato, com 26 golos. Por três vezes esteve na final da Taça dos Campeões Europeus. Ganhou seis taças de Portugal. Ao lado de Eusébio, recebia as solicitações de Coluna, Simões e José Augusto. Dentro e fora dos campos deixou um lastro de simpatia, educação e fairplay. Retirou-se aos 42 anos envergando a camisola do Estoril Praia. Numa altura em que tanto se fala de futebol e da selecção nacional, pelas piores razões, é bom saber que a memória do Torres não se vai misturar com a dessa pandilha que por aí anda. Lutou como poucos, na pequena área e na vida. Sofreu bastante nos últimos anos, em virtude da doença que o atormentava, mas nunca recusou um sorriso e um gesto de solidariedade. Gestos que tantas vezes lhe faltaram. Estou certo de que Portugal e os portugueses se revêem no seu exemplo de trabalho, abnegação e desportivismo. O bom gigante foi-se embora. Nós ficamos mais sós, mas jamais o esqueceremos.