sexta-feira, julho 16, 2010

UM PAÍS SUI GENERIS


Ainda esperei alguns dias, a ver se alguma alma com um mínimo de sensatez vinha rectificar o disparate, ou se o secretário de Estado que tutela a área vinha chamar o fulano à pedra. Mas não, nada, nem uma palavrinha para amostra.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol diz com o maior desplante deste mundo, depois de uma qualificação sofrível e de um campeonato mundial onde as prima-donas se limitaram a passear os óculos de sol e as chuteiras, que o pagamento de um prémio de € 720.000,00, a quem já ganha mais de 10% disso todos os meses, é um "assunto interno da Federação" e que, por conseguinte, nada tem a esclarecer.

Espero, pois, face ao desconhecimento que Gilberto Madaíl revela pelo n.º 3 do artigo 19º da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, que a Federação Portuguesa de Futebol continue sem o estatuto de utilidade pública.

É que não pode merecer tal estatuto uma entidade e um presidente que perante uma questão daquela gravidade e ao fim de tantos anos revela não saber que "a federação desportiva à qual é conferido o estatuto mencionado no n.o 1 fica obrigada, nomeadamente, a cumprir os objectivos de desenvolvimento e generalização da prática desportiva, a garantir a representatividade e o funcionamento democrático internos, em especial através da limitação de mandatos, bem como a transparência e regularidade da sua gestão, nos termos da lei".