quinta-feira, fevereiro 11, 2010

ATÉ QUE ENFIM

Já Pedro Passos Coelho o tinha defendido. Depois veio o inefável Paulo Portas falar no mesmo. Finalmente, uma voz respeitável e respeitada veio dizer o óbvio, pondo os pontos nos "is". Querer baixar os ordenados dos políticos num país que na sua grande maioria tem políticos pouco qualificados, significa apostar num empobrecimento ainda maior da classe política. Se os salários dos titulares dos cargos políticos já são notoriamente baixos, atentas as respectivas responsabilidades e se comparados com os salários de administradores e gestores de empresas e institutos públicos ou privados, querer baixá-los apenas para satisfazer a ira da populaça contra a miséria que grassa, é perfeitamente hipócrita. Hipócrita, cretino e demagógico. Se queremos mais e melhores políticos, se queremos gente mais competente, mais profissional, mais qualificada e que não seja permeável ao tráfico de influências e à corrupção, então temos é de aumentar-lhes os salários, de lhes dar condições mais atractivas. E se for preciso reduzir o número de políticos profissionais, passando os deputados a metade, que seja feito. Já chega de ter em S. Bento dirigentes desportivos, políticos carreiristas das "jotas" e licenciados em relações internacionais, semi-ignorantes, formados em universidades privadas como quem faz pipocas para depois passarem a ser tratados por "dr" e se darem ares de gente importante.