terça-feira, janeiro 12, 2010

SATISFAÇÃO

Em ano de centenário da República, a preocupação que os movimentos de Manuel Alegre estão a gerar à direita e à esquerda, motivando a cada momento discursos de apreensão e a vontade de introduzir grãos de areia na engrenagem, não pode deixar de me fazer sorrir.
Não tenho dúvidas de que a excelente entrevista ao Expresso ainda irá fazer correr muita tinta e obrigará muita gente a beliscar-se.
É verdade que também não sei se será ele o melhor candidato, nem se será "o candidato", mas como também não acredito em líderes providenciais, mas apenas em homens educados, cultos, sérios, decentes e motivados, confesso que me dá muito gozo ver tanta gente sem saber para que lado se virar.
Com um Cavaco Silva que a meio do mandato já vivia em estado de letargia, sem saber se sentia mais desconforto com o resultado obtido com a venda das acções que possuía da SLN e que num primeiro momento omitiu, se com a permanência de Dias Loureiro no Conselho de Estado ou com as notícias que vinham do Público e do Diário de Notícias, é bom que quem se preocupa com o futuro deste país e do seu povo, vendo um pouco mais longe do que a linha do horizonte e sabendo o que está nas suas costas, diga logo ao que vem e o que quer.
Alegre poderá não ser o presidente de todos os portugueses - coisa que nenhum conseguiu ser apesar de Jorge Sampaio ter sido o que mais próximo esteve disso (só não conseguiu agradar a Santana Lopes, mas também não era fácil) -, como Cavaco Silva também não é, e em cada dia que passa é ainda menos, mas sempre poderá vir a ser "Um Presidente como nós". E isso já seria alguma coisa numa nação em profunda crise.