sexta-feira, janeiro 08, 2010

A LUTA CONTINUA

Talvez ainda não fosse 1h quando ouvi Isabel Alçada anunciar o acordo a que chegara com a maioria dos sindicatos dos professores. Senti que a sua satisfação era genuína, bem-intencionada. Fiquei, por isso mesmo, satisfeito por perceber que a "guerra" tinha chegado ao fim e que, finalmente, o ensino ia viver algum descanso, que os professores e os alunos iriam finalmente poder trabalhar em sossego. Pura ilusão. Logo a seguir entrou Mário Nogueira para a mesma mesa de onde acabara de sair a senhora ministra e, vai daí, rapou de uma cábula e começou a assinalar os pontos onde o "acordo" ficou para depois. No meio da lengalenga que debitou às massas madrugada fora para assinalar que por agora era assim mas que a negociação irá continuar, deu para perceber que tudo se resumia a um velho chavão da vulgata comunista: a luta continua. E que o acordo a que os professores chegaram só é para valer até ver. Só então realizei que estamos apenas num interlúdio e que na 5 de Outubro se continuará a viver numa paz artificial. Até que Mário Nogueira volte a esticar a corda. O acordo que de boa fé a ministra Isabel Alçada anunciou aos portugueses só foi possível naquela altura e ao fim de 14 horas de negociação porque os sindicatos perceberam que estavam a perder força junto da opinião pública. E por ser assim é que os sindicalistas se sentiram na necessidade de justificar o acordo junto dos seus. Quando assim é não há boa fé que resista.