quarta-feira, dezembro 16, 2009

MACAU

No momento em que se aproximam os dez anos sobre a transferência da administração de Macau para a China, alguns (poucos) acontecimentos assinalam a data. Para além de uma interessante conferência no Instituto do Oriente (ISCSP - Universidade Técnica) sob o lema "Um país, dois sistemas", na qual se destacam as presenças de Miguel Santos Neves (Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais), do Prof. Michael Yahuda (George Washington University), da Prof.ª Big Leung (Queensland University), de Raquel Vaz Pinto (Universidade Católica), de Carlos Gaspar (Universidade Nova), do Prof. Chris Alden e de Ana Cristina Alves (London School of Economics), de Júlio Pereira (ex-magistrado em Macau e actualmente no SIRP) e do Prof. Christopher Hughes (LSE), entre outros, de uma exposição, de um concerto e do lançamento de um livro, pouco mais haverá. Ontem, por exemplo, na TVI24 num debate de quase uma hora, foram muitas as banalidades debitadas e os disparates que se ouviram (a dos pastéis de nata, saída da boca de Narana Coissoró, foi de antologia). Entretanto, a velha guarda de Rocha Vieira continua a mexer os seus cordelinhos. Depois da história na bandeira, retomada há um mês atrás, as fundações e institutos promovidos à sua sombra continuam a reabilitar-se. Os mesmos que andaram por Macau desperdiçando tempo e dinheiro, enxovalhando o nome de Portugal e dos portugueses e tratando da vidinha, como se viu e vê, são os que surgem empenhados nas celebrações do 10º aniversário. A preservação da memória de Macau continua a envolver favores que se leva a vida toda a pagar. O guanxi foi assimilado na perfeição e ficou enraizado. E o altruísmo, para quem não saiba, além de também ter um preço, também escolhe os beneficiários. O patrocínio de algumas altas figuras do Estado é apenas areia para os olhos dos homens bons.