quarta-feira, novembro 18, 2009

A LONGA MARCHA DE OBAMA

(Reuters, via Corriere della Sera)

Esta foto de Obama tirada na Grande Muralha pode bem simbolizar o caminho que o novo prémio Nobel tem pela frente: solitário, frio e exigente. O "yes, we can" da campanha que o levou até à Casa Branca, longe de estar esgotado, vai dando provas de vitalidade, como ainda agora voltou a suceder na visita à China. O simples facto de ter havido quem no coração económico da Ásia, numa Xangai cada vez mais cosmopolita e moderna, tivesse tido a ousadia de falar abertamente de direitos humanos, internet e liberdade de expressão, apelando a uma maior abertura do governo de Pequim e a uma renovação das mentalidades da nova oligarquia chinesa, constitui um marco, tanto mais indelével quanto às suas declarações não se seguiu a habitual reprimenda chinesa. Se a este sinal pudermos juntar o apelo ao diálogo com o Dalai Lama, independentemente dos resultados económicos alcançados e das perspectivas em matéria de protecção do ambiente, sempre se poderá dizer que o caminho vai ser longo e difícil, mas continua a haver esperança. E este será sempre um bom sintoma na hora de enfrentar os próximos obstáculos.