O debate da passada 4ª feira na TVI 24 entre José Apolinário e Macário Correia pode ser visto aqui em diferido. Sou suspeito para me pronunciar sobre a gestão do primeiro, já que a tenho apoiado e sei que foi a única digna desse nome na última meia dúzia de anos. Quanto ao segundo, diria que segue na linha do ex-presidente José Vitorino: fala, fala e não se cansa. Propor 200 (duzentas) medidas para 4 anos, numa autarquia semi-falida, medidas que vão das finanças ao património, da cultura ao planeamento e ordenamento do território, da gestão urbanística ao trânsito e ao estacionamento, passando pelo ambiente e inovação, a energia, a educação, a "acção social a custos controlados" (será um novo conceito?), a saúde, o apoio à construção de novas igrejas e a "manifestações de índole religiosa" (sic), para já não falar da justiça (ente outras coisas a instalação de um Tribunal da Relação cujo protocolo foi assinado por Apolinário com o Governo há um mês atrás), turismo, florestas, caça ("ajudar as associações de caçadores a terem sedes dignas"), pesca, desporto ("aprofundar a possibilidade de instalar um hotel na zona desportiva", "procurar soluções que permitam ajudar o Farense a resolver o seu passivo" e "apoiar adequadamente a arbitragem algarvia, com instalações que prestigiem a sua isenção e imparcialidade"), sem esquecer de referir que se prepara para "Aproximar as ilhas"... e terminar dizendo que "prometer mais do que é possível não condiz com a nossa (dele) postura de seriedade", parece-me mesmo muito pouco sério. Daí que, de cada vez que ele se dirigia aos "farenses", eu que aqui pago impostos, só de imaginar que os meus impostos poderão um dia ser canalizados pelo vereador Prof. Bacalhau ou pela vereadora Lília para sedes de árbitros e de caçadores (e por que não subsidiar a aquisição de cartuchos?), sentia-me já como um verdadeiro tanzaniano. Um moçambicano honrado dir-vos-ia que é aquilo que há de mais parecido com ... um "farense" a escutar Macário Correia.