sexta-feira, junho 05, 2009

A IMPORTÂNCIA DO PORTUGAL-ALBÂNIA PARA AS EUROPEIAS

Lembraram-me há pouco que Portugal, leia-se a selecção portuguesa de futebol, joga amanhã com a Albânia. Nas palavras do seleccionador nacional é um jogo decisivo. Já Cristiano Ronaldo, a nossa prima donna mais conhecida depois da senhora D. Amália, afirmou com bastante lucidez que se não ganharmos na Albânia não merecemos ir à África do Sul. Confesso que partilho desta opinião. Para figuras tristes já bastaram as que o meu Benfica e Luís Filipe Vieira fizeram esta época. Dentro e fora de portas. O problema é que um resultado negativo não só nos atira para lá de Bagdad, em relação ao meridiano de Pretória e às odaliscas do presidente Madaíl, como pode levar a abstenção nas eleições europeias de domingo a resultados inimagináveis. Basta que os postes, as traves e o Ronaldo não colaborem com José Sócrates. Uma derrota na Albânia, na véspera das eleições, com um adversário tosco e sem currículo, que nos afaste do Mundial de futebol, só pode ter como consequência um aumento exponencial da desilusão nacional e, por essa via, da abstenção eleitoral. Aí, o tão propalado empate técnico virará vergonha nacional. Nenhum português se levantará no domingo de manhã para votar, ainda por cima com um tempo manhoso, depois de um empate ou de uma derrota pungente em Tirana. Vai estar tudo ressacado e preocupado a discutir o futuro... do Queirós e do Madaíl, obviamente. Até me admira como é que o PSD ainda não culpou o Governo, embora as eleições sejam marcadas pelo Presidente, para o descalabro que poderá acontecer. Não sei mesmo se algum dos nossos líderes já pensou nisto, mas se não quiserem que a abstenção bata todos os recordes possíveis e imaginários, talvez seja de mandar um recadinho aos foliões que partiram para a Albânia. Se eu fosse o primeiro-ministro pedia ao Laurentino Dias para lhes mandar a mensagem. Ele é o tipo certo para esta tarefa: tem a voz colocada, volume substancial e com dois berros dele aquela malta põe-se toda em sentido. Não convém é que tenha o José Lello por perto, senão ninguém o levará a sério e os miúdos vão logo perguntar se o major Valentim Loureiro é que vai pagar o prémio de jogo.