sexta-feira, abril 10, 2009

SÁBIAS PALAVRAS SOBRE O FREEPORT

"Num regime em que o poder judicial é independente, e em que a progressão na carreira em nada depende do poder político, de que forma se pode considerar que um magistrado é politicamente pressionável? E, sendo-o, porque é que, simplesmente não repele a pressão ou lhe fica indiferente, em vez de, tornando-a pública, sem a explicar, descredibilizar ainda mais um processo que nasceu torto? Não serão as pressões em tarefas de investigação com estas características, uma espécie de ossos do ofício, com os quais os magistrados têm de saber lidar e às quais, por inerência dos cargos, naturalmente resistem?" - Filipe Luís, in Visão, 09/04/09

"(...) quando começam queixinhas destas, elas são invariavelmente o sinal de que a investigação marca passo e já se procuram desculpas. (...) não entendo que um magistrado de investigação ande a queixar-se publicamente de pressões em lugar de lhes resistir silenciosamente e continuar o seu trabalho. (...) há qualquer coisa de pouco transparente em queixarem-se de pressões atribuídas a um outro magistrado, amigo e colega de trabalho neste mesmo caso" - Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 10/04/09