(foto CM)
Quando ontem à noite ouvi na RTP a notícia de que uma magistrada do Ministério Público junto do Tribunal de Torres Vedras tinha promovido que as imagens satíricas de uma réplica carnavalesca do computador Magalhães fossem removidas por, presumo, ofensa à moral pública ou aos bons costumes, devido ao facto de apresentar uns rabos e umas mamas ao léu, pensei que era dia 1 de Abril. Quando vi repetida a "graça" noutros canais televisivos fiquei com a convicção de que o caso é bem mais grave do que parece. É Carnaval, pois é, mas todos devíamos levar a mal o que aconteceu. O problema, ao contrário do pensam os promotores, não é de censura. Antes fosse. O problema é de vista curtas. Um magistrado já é por natureza uma figura demasiado sisuda, demasiado afastada da realidade e, no actual estado de coisas, assaz insegura perante os seus para ainda se deixar cair numa destas. Uma Justiça que não tem humor suficiente para se ver ao espelho desmerece da inteligência e apresenta um sinal de muito baixa auto-estima. É mais uma infelicidade a juntar a tantas outras.