O ano de 2009 entrou como terminou 2008, isto é, sob o signo da violência. E também da intolerância. De Bilbau a Gaza, os sinais da violência extremista continuaram a manifestar-se, ao mesmo tempo que por esse mundo fora se queimavam toneladas de fogo-de-artíficio. Esperemos que essa violência seja apenas uma despedida tardia do ano que findou e não o recomeço de mais um ano violento, agora que o pesssimismo e o catastrofismo parecem tomar conta de tudo. Bastaria ter ouvido as mensagens de Ano Novo do Presidente da República e do Cardeal Patriarca para perceber o diapasão. É verdade que a economia não ajuda e que nem mesmo o Papa consegue, com a sua voz de falsete e o característico tom monocórdico que marca as suas intervenções, afastar as piores perspectivas para o ano que agora entrou. A Europa mostra a sua impaciência enquanto os Estados Unidos da América aguardam que a mudança comece a produzir-se. Em Cuba espera-se o mesmo. Por agora sabe-se que Obama terminou as férias e que prepara a mudança para a Casa Branca. Quem sabe se não será esse movimento, aparentemente inócuo e em resultado de uma eleição que de 4 em 4 anos se repete, a primeira das muitas mudanças prometidas? Por cá vamos esperar para ver, calmamente, sem falsas ilusões, mas com a esperança, que é também uma certeza, de que não há mal que sempre dure.