domingo, novembro 16, 2008

NADA DE NOVO NA FRENTE ALEGRE

A entrevista que Manuel Alegre deu este domingo à TSF e ao Diário de Notícias não acrescentou nada de novo ao que já se conhecia do seu discurso. Os mesmos temas, a mesma esquiva, o mesmo pessimismo. É claro que Alegre não pode ir mais longe. Ele acaba por se esgotar nos seus próprios dilemas e a ausência de soluções que sai do seu discurso redondo não é disfarçável. As preocupações continuam a ser legítimas, mas o combate não traz novas ideias, não encerra alternativas, estagnou. É difícil não concordar com ele em muitas das suas tiradas, como por exemplo quando diz que "as pessoas também têm de aprender que a política se faz com rupturas, se faz com risco, se faz com ousadia! É uma coisa que me preocupa na nova geração: aqueles que vêm das juventudes são muito programados, são muito prudentes, fazem contas a tudo". Isto é obviamente verdadeiro, uma evidência, e faz todo o sentido continuar a afirmá-lo e a defender esse combate. Só que quer neste, quer noutros dos temas que aborda, o discurso já não chega para afirmar uma nova forma de fazer política, em especial quando não se apontam os caminhos para lá chegar. Não chega dizer ser necessário que se criem alternativas e limitar-se a condenar os congressos federativos.