terça-feira, novembro 11, 2008

CASO DE POLÍCIA

Se dúvida houvesse ela ter-se-ia dissipado com o debate de ontem do programa Prós e Contras. Jorge Lacão tentou explicar o melhor que pôde e com o vigor habitual as razões para a nacionalização do BPN. Costa Andrade secundou-o. Bernardino Soares manteve o discurso dinossáurico, a lógica desconchavada e o raciocínio pré-moderno que desde há decadas formolizou o PCP. Paulo Mota Pinto, num dos registos mais negativos de que há memória (há pessoas a quem a política activa faz muito mal e em que a participação em vez de as valorizar só as descaracteriza e despersonaliza), quis fazer de conta que havia alternativas à intervenção do Estado. É claro que não havia. Bastou ouvir os accionistas do BPN para compreender o atoleiro em que alguns políticos, empresários e banqueiros de pacotilha medram. O BPN é apenas mais um caso de polícia. Triste, é certo, mas nem por isso menos real.