quinta-feira, outubro 02, 2008

GREVE

Ontem, a cidade estava impregnada de um intenso cheiro a lixo. À noite, pelas notícias, fiquei a saber que tinha havido greve geral. Percebi então o sentido da satisfação manifestada pela filha de uma vizinha que me dissera logo de manhã não ter tido escola. Não fossem esses pequenos pormenores não teria dado por nada. Carvalho da Silva, ufano, disse que não foi uma greve geral, mas sim uma "jornada de luta". Sempre a mania das grandezas. Ou seja: uns quantos mandriões que estão sempre pendurados nas tetas do Estado - Administração Pública e autarquias - e dos sindicatos, resolveram convocar uma greve. Numa altura de crise como esta, não só a nível interno como externo, os barões dos sindicatos entenderam, uma vez mais, sob a capa da luta e da defesa de direitos, ser este o momento apropriado para colocarem em causa os postos de trabalho dos seus associados. O sindicalismo em Portugal continua ser uma pequena coutada de meia dúzia de fulanos que irresponsavelmente põem e dispõem sobre greves e jornadas de luta. Para consumo interno e sua auto-satisfação, sem qualquer benefício visível para os trabalhadores.