segunda-feira, setembro 15, 2008

DIVA? SÓ SE FOR DA FRIVOLIDADE

(JAD, JN)

O fim-de-semana que passou foi dominado pela visita a Lisboa de uma sujeita que a si própria se rebaptizou de Madonna e de quem me dizem ser uma grande artista e uma belíssima actriz. Creio que não consegue ser nem uma coisa nem outra. E fico pasmado com o deslumbramento que a sua imagem causa nalgumas pessoas. Admito que o facto de ela se passear em lingerie, usar crucifixos e simular comportamentos desviantes possa chamar a atenção, ainda que dali não brote uma ideia. Sei perfeitamente que gostos não se discutem, mas é-me difícil compreender o fascínio que uma mulher feia, com o cabelo mal pintado, com dentes horríveis, de um profundo mau gosto a vestir e com uma linguagem boçal, desperta em multidões. Meia dúzia de melodias interessantes, poses arrojadas e muita energia em palco não chegam para fazer uma artista. Menos ainda para se ser uma diva. Mas pelos vistos chegam para facturar milhões. Curiosa é, aliás, a atracção que ela exerce sobre alguns gays e lésbicas. Madonna é hoje um ícone da pior música que se faz, um subproduto do mais rasca novo riquismo capitalista, a imagem de uma geração prêt-a-porter, feita de ignorância e sedenta de emoções fortes, que desconhece o passado, ignora o futuro e se limita a esfolar o presente, misturando imagens cabalísticas com ícones religiosos e poses eróticas. Pior do que ela só mesmo um tal de Michael Jackson. Madonna é a imagem da futilidade, a prova de que uma boa máquina publicitária e muitos milhões podem transformar uma cantora medíocre e uma actriz sofrível num monstro de palco capaz de arrastar hordas de adolescentes com os seus pais. Ainda bem que não fui ao espectáculo da Bela Vista. Não me seria fácil arranjar estofo para ser apelidado de "mother fucker" por uma tipa destas e ainda por cima aplaudir.

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