Depois da "nacionalização" da AIG, levada a cabo pelos "liberais" da Casa Branca, era previsível que mais dia menos dia isso tivesse reflexos nas áreas de intervenção da companhia na Europa. Segundo dá conta o Le Monde, o Manchester United irá perder os mais de 18 milhões de euros que constituem o patrocínio anual da AIG, levando a que o nome desta saia das suas camisolas. Aparentemente, diz a notícia, uma quantia de pouca monta face ao orçamento do clube de mais de 300 milhões de libras esterlinas. Porém, a verdadeira novidade é o rumor, por agora não confirmado, das dificuldades financeiras do proprietário do Manchester United. Se juntarmos a isto a oferta de venda do Newcastle, uma das mais emblemáticas equipas da Premier League, provocada pela crise do subprime e subsequente nacionalização do seu principal apoio, o banco Northern Rock, será caso para começarmos a pensar na solidez financeira de muitas destas instituições que suportam um negócio de milhões. Até que ponto alguns destes patrocínios não servirão para mascarar as dificuldades financeiras dessas instituições, projectando-as nos media e junto da opinião pública, transmitindo uma imagem de solidez, sem correspondência na sua real situação, e quando a crise já é indisfarçável? E entre nós como é? Alguém sabe? Como é possível um único banco patrocinar há várias anos as 3 principais equipas profissionais de futebol, ainda lhe sobrando para o mecenato e para "pagar" as contas de água e luz dos seus clientes? Haverá alguma razão que justifique as benesses fiscais da banca em relação aos lucros gerados com a sua actividade, se depois uma parte desse dinheiro é gasta a patrocinar clubes de futebol que têm sido tudo menos um exemplo de boa gestão? Espero que o inefável presidente da Associação de Bancos, que não perde uma oportunidade para vir a terreiro passar atestados de irresponsabilidade aos seus associados na concessão de créditos de cobrança duvidosa, ao mesmo tempo que responsabiliza os particulares sobreendividados que a eles recorreram, e geraram os lucros, pela situação miserável em que se encontram, já tenha pensado nisto. Para depois não vir dizer que a culpa foi, para não variar, da porca do vizinho que comeu as couves.
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