Acabadinho de nascer, pouco passava das 15h e 20m, ali no n.º4 do Largo de São Carlos, dei comigo, cento e vinte anos depois, na Rua de Portugal, debaixo da canícula que entra pela clarabóia. Hoje sou um paradoxo, sempre vivo, que já não procura por mim. Enfim,Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.


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