sexta-feira, maio 09, 2008

UMA FANTOCHADA

Esta tarde, depois de múltiplas fugas de informação, o que não deixa de ser revelador da forma amadora e pouco séria de actuar daquela gente que tomou conta da Liga de Clubes, o país ficou a saber que o FC Porto vai ser punido com seis pontos de penalização, num campeonato que há muito acabou e que todos sabiam quem ganhou e com que vantagem aproximada mesmo antes do fim. Esta penalização, como é bom de se ver, só é aplicada nesta altura porque não tem qualquer efeito prático. Tivesse a decisão sido tomada há 4 ou 5 meses atrás ou produzisse ela efeitos só na próxima época, então talvez as coisas fossem diferentes e outro galo cantaria. Assim, como foi, não serve para nada, a não ser para desprestigiar ainda mais o pobre, estafado e humilhado futebol português. O mesmo acontece com a sanção de descida de divisão aplicada ao Boavista. A equipa do Bessa sempre estaria condenada a isso devido à sua situação fiscal e às dívidas acumuladas a não iniciar o próximo campeonato. Fazê-la descer agora de divisão é também totalmente irrelevante. Igual coisa sucede com as punições de Pinto da Costa e João Loureiro. O primeiro está à beira da reforma e tem vindo a prepará-la paulatinamente, o segundo retirou-se no momento em que começou a sentir os fundilhos a arder e as gentes do Bessa começaram a ficar incomodadas com a excelência da sua gestão. Também os pontos retirados ao Leiria são irrelevantes e perfeitamente inócuos em relação a uma equipa que já estava despromovida antes da decisão. O único efeito das sanções agora aplicadas vai ser o de ajudar a encher os cofres da Liga e garantir que Hermínio Loureiro, fazendo pouco ou nada, como seria de esperar, engorde a "menina" que lhe garante o poleiro. Infelizmente, esta vergonha não vai ficar por aqui. Há recurso e enquanto o pau vai e vem e vendem-se jornais e enche-se a pantalha com os fatos castanhos dos catedráticos do futebolês. Que Portugal não é a Itália nem a Inglaterra, onde a corrupção é combatida por gente da mais séria que há, independente e com tomates, já todos nós sabíamos. O que desconhecíamos era a dimensão da falta de vergonha. Ficámos hoje a sabê-lo, apesar de continuarmos ainda a ignorar quando terminará.

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