O rocambolesco espectáculo dos debates quinzenais na Assembleia da República continua. Aquilo que era suposto ser uma manifestação de vitalidade democrática, de informação e debate, acabou por se revelar um circo quinzenal, em que os gladiadores já sabem de antemão o que vai ser discutido e tentam misturar o tema com os fait divers da actualidade política. Já se viu que as oposições são medíocres - ontem percebeu-se que Francisco Louçã devia ir até à Graciosa e ficar lá durante uns meses largos, para se reconciliar com a vida e para ver se perde o seu tom azedo e deselegante, e Paulo Portas devia voltar a dedicar-se ao jornalismo onde se revelou e para o qual tem inegavelmente mais talento do que para a política - mas o Governo não pode entrar nesse jogo. As rábulas de José Sócrates começam a não se distinguir das de Santana Lopes. A política não é um mero jogo de tiro aos patos e lançamento de foguetes de cada vez que acerta num. Ou pelo menos não deveria ser.
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