Ao apresentar ontem a sua demissão, Luís Filipe Menezes foi saudado por muitos militantes do PSD como tendo feito o que era inevitável. Aparentemente terá sido mesmo assim. Mas eu duvido. Cheira-me mais a esperteza saloia de uma daquelas sumidades que o catapultou para a liderança e o convenceu das suas capacidades "inatas". De novo deixou o caminho a meio e não levou a carta a Garcia. A dúvida permanece, pois, naturalmente instalada, face à dubiedade, habitual, do seu discurso e ao facto, como sabiamente notou Luciano Alvarez no Público, de depois do que disse ter ido jantar para Sintra e discursar aos militantes, dando a ideia de que está a iniciar uma nova campanha. Se Menezes não pretende recandidatar-se, se o objectivo não é permitir a manipulação do aparelho partidário por um dos seus homens de mão, então devia ter sido mais claro e ter marcado as eleições para mais tarde. Além do mais, não parece muito inteligente marcar as directas para um fim-de-semana de Maio que é antecedido de uma ponte (dia 22 é feriado). A não ser que o objectivo seja mesmo fazer directas com os militantes de papo para o ar no Algarve e matar de vez o PSD. Mas a verdade é que em matéria de inteligência os seis meses que Menezes e a sua direcção passaram no PSD também não ficarão para a História. Infelizmente ainda há muitos militantes que não conseguiram ver isso e, talvez também por isso mesmo, Ângelo Correia ainda hesite. Ontem à noite, na SIC-N, quando a demissão já estava consumada, Ângelo Correia ainda dizia que "em princípio" apoiará Menezes numa eventual recandidatura. Em "princípio"? E falou ele em lealdade.
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