Durante anos, após os tempos loucos da reforma agrária, que culminaram com a desertificação dos campos e o abandono da terra, houve quem começasse a dizer que o problema era o atraso na construção da barragem do Alqueva. Alguns anos volvidos e depois de muitos milhões gastos, o Alqueva ficou concluído e verifica-se que o Alentejo começa finalmente a produzir. Só que em vez de serem agricultores e empresários portugueses a investir e a retirar o proveito, quem mais investe e colhe os merecidos frutos é gente voluntariosa e trabalhadora que veio de Sevilha, de Granada, de Córdova ou de Madrid. As terras outrora secas e improdutivas afinal produzem e produzem muito. Uma reportagem da RTP emitida no passado dia 19, mostrou-nos o Alentejo da empresa Franlabora. Chegaram a Portugal em 2002 e de então para cá compraram terra, investiram mais de 70 milhões de euros e tornaram rentáveis mais de 7200 hectares de olival. Diz o responsável do grupo em Portugal que vão continuar a investir e que dentro de 10 anos esperam ser o maior produtor de azeite do mundo (!). A única dúvida que me assaltou foi se a culpa de nenhum empresário português ter feito o mesmo e nesta mesma escala se ficou a dever à interioridade, ao atraso no processo de regionalização ou a uma manobra de Lisboa destinada a desacreditar os agricultores e empresários nacionais. Responda quem souber.
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