quinta-feira, dezembro 27, 2007

LEITURAS NATALÍCIAS (4)


No mesmo momento em que a liderança do ANC é conquistada por um tipo antes condenado por burla e corrupção e hoje acusado de violação; em que o sargentão, vulgo soba Scolari, prepara o Euro 2008 e já estão em marcha na América latina as eliminatórias de apuramento para o Mundial de 2010 na África do Sul; quando o Porto está a ferro e fogo e a justiça claudica em comícios para-sindicais sem que o desajustado Rui Pereira consiga dar conta do recado, a J. e o F. tiveram a feliz ideia de me trazer este trabalho de Antony Altbeker, antigo colaborador do ministério sul-africano da "Safety and Security", parece pleonasmo mas não é, e actual investigador do Programa "Crime e Justiça" do Instituto de Estudos para a Segurança (Johannesburg). O autor acompanhou durante um ano as operações da polícia sul-africana e monitorizou as suas acções. O resultado obriga-nos a pensar não apenas sobre a melhor forma de organizar as polícias e de controlar o crime, seja ele organizado ou avulso, numa democracia moderna, mas também sobre a melhor maneira de fazer justiça em situações de grave carência social, económica e moral. Alguns dirigentes sindicais da PSP, da GNR, da PJ e das associações de magistrados deveriam ser obrigados a ler este livro para perceberem o que são dificuldades e o que é amor à profissão. Como sei que a maioria não lê em inglês, uns porque não sabem outros porque são preguiçosos, e menos ainda se for técnico, o Dr. Alberto Costa devia mandar traduzir este livro para português a expensas do erário público e torná-lo de leitura compulsiva no C.E.J. e nas academias onde se formam os cidadãos e polícias deste país. Seria um acto de indiscutível boa governação para nos ajudar a olhar para dentro e ensinar alguma coisa aos nossos líderes políticos. A começar por Luís Filipe Menezes, o tal que se diz admirador de Sarkozy - nem este imagina - e que já prometeu destruir o Estado em seis meses se algum dia for governo. Como diria o Vasco Pulido Valente, íamos todos prò maneta enquanto o diabo esfregava o olho.

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