segunda-feira, setembro 24, 2007

O ROSTO DO PARTIDO



Guilherme Silva tornou-se ao longo dos anos numa das figuras incontornáveis do PSD. Nos debates parlamentares, nos congressos do partido, nas aparições televisivas, nos canais da rádio, em suma, em qualquer lado onde fosse preciso um dirigente suficientemente maleável e sempre disposto a dar o dito por não dito, lá estava ele. Para muitos, ele é um espelho do próprio PSD, um misto entre o Zé Povinho, o conselheiro Acácio e o Dantas. Sempre pronto a fazer fretes aos líderes do partido, sempre disposto a apoiar os potenciais vencedores, sempre em cima do acontecimento mesmo que não não saiba o que está acontecer, outras vezes disfarçando o seu conhecimento sobre os problemas para não ter de fazer comentários. Agora, a próposito do cambalacho, pelos vistos habitual, em matéria de pagamento de quotas de cada vez que é preciso chamar os militantes do PSD a votos, o insubstituível Guilherme Silva, citado pelo Diário de Notícias de hoje, veio dizer que esse "É um problema jurídico e político complexíssimo" (sic!). Se eu não me tivesse habituado a ver e ouvir Guilherme Silva em tudo quanto é sítio e não soubesse quem ele é, ainda por cima licenciado em direito e advogado, só poderia ser levado a concluir uma de duas coisas: ou não sabe nada de direito ou perdeu completamente a noção do ridículo. Eu estou mais inclinado à segunda hipótese. É que do ponto de vista jurídico o problema não tem nada de complexo: ou respeita o regulamento ou não respeita e se não respeita só há uma solução. E politicamente só poderá ser um problema complexo para os tíbios e para todos aqueles que querem estar sempre de bem com Deus e com o diabo. Agora complexíssimo, só se for mesmo na Madeira.

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