quinta-feira, setembro 27, 2007

DESTA VEZ ELE TINHA RAZÃO


Ontem à noite, na SIC Notícias, Pedro Santana Lopes deixou Ana Lourenço a falar sozinha. Convidaram-no para falar sobre as directas do PSD, sobre os problemas dos partidos, sobre o sistema político, enfim, sobre assuntos que mexem com a vida de todos nós. Para todos os efeitos era um ex-presidente do PSD e um antigo primeiro-ministro de Portugal que ali estava. Interromperam-no por causa do José Mourinho que acabava de chegar a Lisboa. Ele não gostou e recusou-se a continuar a entrevista. Por uma vez Santana Lopes estava cheio de razão. Por uma vez a televisão teve o que merecia. Diariamente as televisões interrompem programas, cortam filmes sem critério, fazem directos sem qualquer sentido, promovem o espectáculo, o tabloidismo, a guerra de audiências por puro oportunismo, ignorando os direitos dos telespectadores, dos convidados que têm em estúdio ou dos realizadores dos filmes que interrompem. Ricardo Costa veio dizer que a reacção do entrevistado foi excessiva e espectacular. Talvez tenha sido, mas já é tempo das televisões perceberem que em televisão não vale tudo. O responsável pela informação da SIC Notícias diz que isso é normal num canal como aquele. Até pode ser que seja, mas não devia sê-lo. Há directos que não justificam a interrupção. A chegada de Mourinho a Lisboa é seguramente um desses momentos, em especial depois das entrevistas que ele já tinha dado em Londres e do bombardeamento a que os portugueses foram sujeitos depois da saída do Chelsea. Que diferença fazia à SIC ou à qualidade da informação do canal gravar a chegada de Mourinho e passá-la logo a seguir às declarações de Santana Lopes? Nenhuma. A SIC e Ricardo Costa só se podem queixar de si próprios.

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