Há dias foi o caso de um professor que levou com um processo disciplinar por numa conversa privada ter tido a ousadia de gozar com a licenciatura do primeiro-ministro. Logo um zeloso bufo tratou de denunciar a infâmia e uma servil directora-geral encarregou-se de suspender e processar disciplinarmente o atrevido.
Ontem foi a notícia inserida no DN de que um polícia em situação de baixa se apresentou numa junta médica sem farda de cerimónia que, ao que parece mandam os regulamentos, é a apropriada para o caso. Ao que se sabe o homem engordara e embora tivesse feito um esforço para adquirir uma nova farda, teve o azar de apanhar o serviço fechado para balanço. Resultado, apresentou-se "fardado" à civil. Logo os amanuenses ao serviço da dita junta médica anularam a diligência por falta de farda de cerimónia e ao infeliz polícia foi instaurado um processo disciplinar.
Desconheço qual a relação existente entre a situação de baixa e a farda de cerimónia e qual o motivo que leva à aplicação de tão apertado critério, mas se o homem estivesse acamado e entubado também teria de se apresentar com farda de cerimónia?
Começa a haver neste país qualquer coisa que me ultrapassa, qualquer coisa que o faz assimilar-se cada vez mais a uma floresta de trevas, a um mundo de idiotas compostos.
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