sexta-feira, maio 25, 2007

INFELIZES? NÃO, ANTES CRETINAS!


Depois de se proclamar, enquanto ministro de um Governo de Portugal e fora de portas, um iberista convicto, de fazer humor com a licenciatura de José Sócrates e de mais uma série de dislates e de boutades infelizes, Mario Lino, à míngua de argumentos técnicos e políticos que consigam justificar a razão para que não se encarem possibilidades alternativas à construção de um aeroporto na OTA, veio do alto da sua pesporrência, a qual naturalmente encobre a ortodoxia e a falta de senso que durante décadas o levou a militar no mais estalinista dos partidos comunistas da Europa ocidental, proclamar a margem sul do Tejo um deserto, que não tem gente, escolas, fábricas nem hóteis. As declarações, ao contrário do que afirmou Paulo Portas não foram meramente infelizes. São declarações que raiam a cretinice, absolutamente inconcebíveis num governo democrático do século XXI.

Esta malta que fugiu do PCP e que se acostou aos partidos do centro político não consegue manter a compostura e quando atacada, politicamente entenda-se, rapidamente deixa estalar o verniz e assume os tiques autoritários e ditatoriais que antes a caracterizava. Lamentável. Mas ainda mais lamentáveis foram as declarações de Almeida Santos. Para quem, apesar a da sua proveta idade, ainda não aparentava sinais de arteriosclerose, não deixa de ser preocupante ouvir o que ele disse. Almeida Santos atingiu o grau zero da argumentação. E para quê? Um homem com o seu prestigío e passado não pode armar-se em Jorge Coelho por dá cá aquela palha. Dizer que o aeroporto não pode ser construído na margem sul do Tejo porque seria preciso atravessar uma ponte e uma ponte pode ser dinamitada, só mesmo na cabeça destes dois senhores. Então Hong Kong não tem o seu novo aeroporto numa ilha ao largo da cidade? E o aeroporto de Kensai em Osaka onde é que fica? E Macau não construiu um aeroporto numa ilha? Os habitantes de Macau, nova capital mundial do jogo, não têm que escolher entre três pontes para decidir qual delas os levará ao aeroporto? Para que servem os sistemas de segurança, alerta e vigilância? Para quem julgam Mário Lino e Almeida Santos que estão a falar? Como cidadão não posso deixar de me sentir profundamente envergonhado.

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