terça-feira, abril 03, 2007

UMA EXCELENTE ENTREVISTA A MERECER CLARIFICAÇÕES ADICIONAIS



O Prof. Adriano Moreira, um homem sabedor que aos 85 anos respira vitalidade e energia por todos os poros, deu uma entrevista ao Público/Renascença, ontem publicada no jornal (2/4/07). Trata-se de uma excelente entrevista, mérito repartido pelos jornalistas e pela elevadíssima craveira do entrevistado. Diz o entrevistado que escreveu uma longa carta a Almeida Santos, a propósito do livro que este editou, recentemente, sobre a descolonização. Seria bom que fosse dado conhecimento público do seu teor, já que, estou certo, conterá algumas objecções aos factos e às teses do autor do livro. Quanto ao mais, retenho duas ou três passagens, que aqui transcrevo mas que não dispensam a sua leitura:

"Se estivesse na política que conselho daria? Ser-se autêntico. Ser fiel a princípios. Isso não é ser imobilista, é ser como o eixo de uma roda: a roda move-se, mas o eixo não sai do lugar. A matriz tem de ser uma escla de valores e é por isso que me tenho entusiasmado com a reedição das obras de Hanna Arendt. Qualquer partido, uma crise, tem de perceber onde está o eixo da sua roda e se reconduz tudo à autenticidade".

" (...) numa altura em que o papel dos Estados é de soberania partilhada, missões como a de assegurar um ensino superior de qualidade é uma missão de soberania que não deve submeter-se ao economicismo. Só uma mobilização da opinião pública fará com que os governos compreendam que esta é mesmo uma função de soberania".

"A respeitabilidade do Parlamento não foi restabelecida e é grave o divórcio entre a população e o aparelho do poder, tratado na terceira pessoa: "eles". Isso está a agravar-se pelas medidas da União Europeia daquilo a que chamo "políticas furtivas", isto é, aquelas que não têm a participação dos Parlamentos nacionais e não são apreendidas pelos cidadãos".

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