Ontem de manhã uma mulher foi morta por quatro cães quando seguia para o seu trabalho. Tinha 59 anos. Era ucraniana. Veio para Portugal para procurar uma vida melhor, para contribuir para o desenvolvimento deste país, fazendo aquilo que muitos portugueses deviam fazer e não fazem. Era uma mulher simples e indefesa. Acabou numa rua de São Pedro de Sintra, entregue aos dentes de quatro cães.
À noite, na SIC Notícias, ouvi o meu colega Luís Filipe Carvalho e um senhor que dizia ser criador de cães de raça "Rottweiller", responderem a meia dúzia de questões da apresentadora de serviço. Ao ouvir o dito senhor que se afirmava criador de cães, eu fiquei a pensar como seria possível levar um fulano daqueles à televisão e pôr-lhe um microfone à frente para debitar tantas alarvidades sem nexo. O meu colega deve ter ficado zonzo com o seu parceiro de debate, mas manteve uma compostura irrepreensível.
Pela minha parte também fiquei perfeitamente esclarecido.
Enquanto o Governo, as Câmaras, as polícias e os tribunais não puserem termo a esta vaga de cretinos que de boné virado ao contrário se passeiam por aí com rottweillers e cães de fila, sem açaime nem trela, enquanto não se acabar com os ditos "criadores" de cães perigosos e com o comércio indiscriminado destes bichos, enquanto não se controlar o uso que dos bichos é feito em zonas degradadas e socialmente problemáticas e a lei não for severamente aplicada, continuaremos literalmente entregues aos bichos. Hoje foi a emigrante ucraniana. Amanhã quem será?
Sem comentários:
Enviar um comentário