segunda-feira, novembro 21, 2011

CONTINUA O REGABOFE

O Público noticia em primeira página que o soba da Madeira se prepara para gastar três milhões de euros, que poderão ascender a cinco milhões, em iluminações de Natal. Numa altura de crise como a que atravessamos, é natural que na Madeira se continue a gastar à tripa-forra e que, na sequência da anulação de um concruso público, se promova a adjudicação directa, tanto mais que a empresa adjudicatária - Luzosfera - é pertença de um ex-deputado regional do PSD que por essa via irá receber mais meio milhão de euros do que o valor constante da sua proposta inicial. Nada de escabroso, portanto.
O Público acrescenta ainda que desde 1996 que a empresa desse senhor consegue o negócio da adjudicação das luzes coloridas e que a Luzosfera faz parte do grupo Siram, entidade que é também a responsável pelas campanhas eleitorais do PSD/Madeira. A notícia esclarece que Luís Marques Mendes, o ex-líder do PSD que agora perora regularmente na TVI24, era um dos "empregados" de Sílvio Santos.
Mas para completar a notícia só faltou dizer aos leitores que Marques Mendes e um ex-secretário de Estado do Turismo, também do PSD, entre outras funções, foram vice-presidentes do Grupo Siram SGPS, S.A. e membros da sua Comissão Executiva,  bem como da SIRAM - EWE, Energy, Water & Environment SGPS, S.A, cargos para os quais haviam sido designados em 4/1/2008, conforme é público pela consulta do registo das 179 publicações do Ministério da Justiça, atinentes a empresas do referido grupo.
Tenho a certeza de que este não será mais um lamentável caso de tráfico de influências, mas apenas mais um dos muitos de puro e simples regabofe, o mesmo que Marques Mendes tantas vezes criticou em relação aos governos de José Sócrates, pelo que ficarei à espera que Marques Mendes tenha agora oportunidade de comentá-lo com a mesma desenvoltura com que habitualmente se refere, por exemplo, às SCUT e às PPP, num dos seus próximos programas.
E, já agora, que esclareça essa especial apetência do grupo SIRAM para dar emprego a ex-governantes ou ex-deputados do PSD quando ficam desocupados. Transparência, pois claro.

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