quinta-feira, novembro 16, 2006

ARREMEDOS DE POLÍCIAS

O Eduardo Pitta já tinha perguntado se ninguém comentava o triste espectáculo, dado ontem à noite na TVI, por uns senhores encapuzados que diziam ser polícias e que reclamavam contra o Governo, contra as perseguições na PSP e contra outras iniquidades menores.
Em rigor, não sei se haverá muito para comentar, porque quem se apresenta encapuzado numa conferência de imprensa, mais a mais sendo polícia, além de revelar cobardia e falta de sentido de cidadania, não merece qualquer tempo de antena. Ainda menos que percamos tempo com eles.
Falar do assunto é um pouco como estar a comentar as bocas inseridas em blogues anónimos. O que é apócrifo não existe nem pode como tal ser reconhecido numa sociedade civilizada. Mas infelizmente o nosso Estado de Direito de vez em quando permite espectáculos como aquele. Que a TVI seja o instrumento desse jogo não é de estranhar. Essa estação de televisão tem servido para tudo. Só que não deixa de ser trágico que os senhores encapuzados transmitam a imagem de indignidade que transmitiram. Para a PSP. Mas em especial para a sua classe.
Antes houve quem desse a vida pela liberdade, para que os seus filhos pudessem expressar-se de forma livre e responsável. Hoje, uns arremedos de polícias, numa democracia consolidada, permitem-se dar conferências de imprensa sob a capa do anonimato. Como cidadão apenas posso dizer que fico muito preocupado por saber que as nossas polícias têm gente desse jaez. A revolução civilista da PSP, obra hoje reconhecida como extremamente meritória e que foi iniciada pelo Alberto Costa quando foi ministro da Administração Interna, ainda vai ter muito que penar. Aqueles também não são os meus polícias.

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