
O blogue do microrganismo que promove a destruição de bactérias* * - Bactérias: De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora - 8ª edição (não é grande espingarda mas era o que estava mais à mão), uma bactéria é um "microrganismo vegetal (tacófita) desprovido de clorofila e núcleo celular (esquizófita) que, na maioria dos casos, é saprófita ou parasita, evidenciando a sua actividade na produção de doenças".
sexta-feira, janeiro 29, 2010
ECCO LA NUOVA F10

quarta-feira, janeiro 27, 2010
TEORICAMENTE, PORQUE TUDO É FICÇÃO
Teoricamente, porque na prática ele está sempre a ser iniciado. De cada vez que um processo é autuado é sempre um novo ano que começa. Teoricamente, porque na prática e em regra começam sempre vários anos.
Teoricamente, porque na prática vão ser proferidos uns discursos quase iguais aos do ano passado, que na prática eram quase iguais aos de há dois anos, que por sua vez vez eram muito parecidos com os de há três anos. E assim sucessivamente, teoricamente, porque na prática são sempre iguais.
Teoricamente, porque na prática também as becas, as togas e os colares que vão lá estar são exactamente os mesmos que lá estavam há um ano e têm exactamente o mesmo cheiro e o mesmo brilho.
Teoricamente, porque na prática já todos sabemos que todos querem mais e melhor justiça, mais e melhores meios, mais e melhores profissionais, mais e melhor modernização da "máquina judiciária", maior "agilização".
Teoricamente, porque na prática não vai haver nada de novo.
Teoricamente, porque na prática este vai ser mais um ano que vai passar com os mesmos processos que há dois anos aguardam a inscrição em tabela a continuarem a aguardar, ao lado dos mesmos processos que foram objecto de redistribuição a serem de novo redistribuídos e com os mesmos despejos que estão há três anos para ser cumpridos a aguardarem mais um ano a abertura de conclusão ou o ofício da Segurança Social. E por aí fora.
Teoricamente, porque na prática já todos sabem que as custas estão pela hora da morte, que as UC são uma ficção do legislador a somar a tantas outras que a maior parte dos cidadãos vai continuar sem saber o que é nem para que serve e que a única coisa que alcança é que vai ser preciso converter em euros e transferir para um conta daquelas que ninguém sabe que existe no Ministério da Justiça.
Teoricamente, porque na prática todos esperam que as leis continuem a ser mexidas exactamente nos mesmos termos em que foram antes alteradas, republicadas e rectificadas para depois serem suspensas e, teoricamente, objecto de renegociações em "conferência de líderes".
Teoricamente, porque na prática vão todos continuar a queixar-se do sistema, do ministro, dos deputados, dos conselhos, dos sindicatos, de Celeste Cardona, dos advogados e, ultimamente, também do Bastonário e dos comentadores televisivos.
Teoricamente, porque na prática o segredo de justiça vai continuar a ser grosseiramente violado onde devia estar mais garantido e vão continuar a aparecer escutas nos jornais e no Youtube, umas mais ilegais do que outras igualmente ilegais e cuja ilegalidade é muito parecida com aquelas outras escutas que sendo também ilegais afinal eram legais mas também não deviam ter sido conhecidas porque afinal sempre eram ilegais por causa daquele despacho que foi produzido no decurso do processo e que acabou por não ser impugnado porque teoricamente também não era passível de recurso embora houvesse um professor de Direito que tivesse dito que sim, que era recorrível, contra a opinião comum dos doutores que um tipo ali na taberna da esquina dizia que não percebiam nada do assunto porque aquele, o outro, é que falava bem.
Teoricamente, porque na prática já todos esperam que devido ao défice e ao desequilíbrio das contas públicas a Fazenda Nacional vai continuar a liquidar sem curar de saber das leis em vigor, porque na prática ela também não sabe quais são as leis em vigor e, na verdade, o que interessa mesmo é obter receita para os cofres do Estado mesmo que para isso seja necessário entregar a um chefe de repartição todo o poder sobre a matéria e nem o ministro nem o secretário de Estado se atrevam a querer saber o que se passa, ainda que depois o Estado seja processado e o cidadão queira ser ressarcido daquilo que pagou em garantias bancárias para poder impugnar e recorrer durante anos a fio até vir alguém confirmar aquilo que já fora dito na primeira instância e até merecera, contra o parecer do Fisco, pareceres favoráveis do Ministério Público e dos próprios técnicos dos serviços.
Teoricamente, porque na prática, mesmo que seja este ano o ano da decisão do processo chamado "Casa Pia", como já era o ano passado, essa nunca será a decisão final e o processo vai prosseguir durante mais uns bons anos judiciais até outra decisão final que afinal poderá não ser proferida se entretanto houver lugar à prescrição. Teoricamente.
Teoricamente, porque na prática as preocupações de quem recorre à justiça vão ser exactamente as mesmas de quem a ela recorreu há um ano ou há dez.
Teoricamente, porque na prática o Estado vai continuar a ter muita dificuldade em cumprir as decisões condenatórias que lhe são impostas e o organismo condenado não vai pagar ao fim de nove anos porque, entretanto, esgotou a verba e não tem como pagar. E para pagar vai ter de pedir um reforço de verba ao ministro das Finanças para pagar o que devia ter sido pago há nove anos sem juros com a verba que desapareceu e que agora vai custar um balúrdio aos contribuintes enquanto o responsável vai fumando uns charutos e comprando e vendendo umas offshores.
Teoricamente, porque na prática vai continuar a ser possível a um sujeito fechar uma estrada, emparedar entulhar e emparedar as casas dos vizinhos, sem que a autarquia ou a IGAT, que entretanto já passou a IGAL e que anda há anos a estudar o assunto, decidam actuar, enquanto o vizinho pode continuar a abrir e a fechar estradas, limitando-se a GNR a levantar autos para assim dar tempo aos tribunais de decidirem o que nem sequer lá devia ter chegado caso o Estado de Direito funcionasse.
Teoricamente, porque na prática o novo ano judicial é como o Natal, é quando um homem quiser mesmo que nenhum homem o queira e com a única diferença que nestes casos, teoricamente, a coisa nunca acaba bem porque na prática há sempre um gajo que depois de muita violência e humilhação se chateia, não quer saber do ano judicial e do Estado de Direito para nada, enfia um balázio no vizinho e depois vem a televisão fazer a reportagem para no fim o culpado, teoricamente, ao fim de uma data de anos judiciais afinal não ser culpado e acabar, na prática, absolvido, sem mulher, sem filhos, sem amigos, sem dinheiro, sem trabalho e com um papel na mão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem a condenar o Estado português, o sistema, os vizinhos, o morto e o ano judicial sem que o pobre saiba exactamente o que há-de fazer com aquilo, teoricamente, porque na prática ele sabe bem para o que serve.
Enfim, teoricamente, poder-se-ia assinalar a abertura de cada ano judicial com uma cerimónia diferente, sem tanta pompa e com menos circunstância, de maneira que todos os cidadãos percebessem o que se quer assinalar com tal cerimónia. Teoricamente, porque na prática, já o dizia o escritor, ninguém quer que nada mude para que tudo, na prática, fique exactamente na mesma. Teoricamente, porque na prática nunca fica nada na mesma. Porque, teoricamente, os presidentes dos clubes de futebol são parecidos com alguns juristas e deputados que, na prática, afinal são mesmo é dirigentes desportivos e percebem tanto de leis como de futebol e fazem regulamentos desportivos ao nível das leis que votam quando estão no Parlamento e que, teoricamente, são perfeitos, mas que depois, na prática, precisam de ser emendados e reinterpretados para se tornarem exequíveis em competições profissionais tão oficiais como cada ano judicial.
Teoricamente tudo é possível porque na prática nada é possível. Como na justiça desportiva. É esse o sentido da abertura de cada novo ano judicial. Teoricamente, é claro.
Porque na prática será indiferente chamar-lhe abertura do novo ano judicial ou, como refere a notícia, "a abertura do asno judicial". É que teoricamente somos todos asnos. Teoricamente, porque na prática uns são mais asnos do que os outros. Teoricamente. Na prática há uns que os pagam. Os anos e os asnos. Todos os anos, infalivelmente, e com juros. Mesmo que cheguem sempre a horas, cumpram os prazos e paguem as UC. Mas isto é teoricamente. A teoria é falível. Na prática nada disto acontece.
quarta-feira, janeiro 20, 2010
MAIS UM QUE REGRESSA
terça-feira, janeiro 19, 2010
UM ACTO DE JUSTIÇA
É evidente que o problema não começou com Cavaco Silva, correspondendo antes a uma prática instalada há décadas.
Ao olharmos para a galeria de medalhados do regime, para o número verdadeiramente indecoroso de agraciados e para os progressos que o país registou à custa desses mesmos medalhados (e isto é que importa sublinhar), facilmente concluímos que se esses medalhados tivessem metade do mérito que as palavras que lhes foram ditas lhes atribuíram, e o alto nível das condecorações oferecidas deixa perceber, o País não estaria como está.
De que serve ter um português à frente da União Europeia, outro ex-primeiro ministro como Alto Comissário para os Refugiados e milhares de medalhados por altos serviços prestados, se o Estado está como está, se temos mais de meio milhão de desempregados e se são cada vez mais os portugueses que não têm para pagar o aquecimento ou comprar uma posta de peixe?
Aquilo que deveria servir para manifestar o reconhecimento de todos, todos, os portugueses pelos relevantes serviços prestados à Pátria, ao Estado e à Nação pelos cidadãos condecorados, tornou-se num gesto corriqueiro destinado a agraciar funcionários públicos, ainda que bem pagos, e clientelas políticas e empresariais, sendo cada vez mais raros os casos em que a atribuição de uma medalha é consensual e de inteira justiça. Não aos olhos de quem atribui, mas aos olhos em nome de quem elas são apostas, único critério que deveria estar presente na hora da decisão.
Por tudo isso, enquanto português e cidadão, sinto verdadeiro asco quando vejo serem agraciados políticos profissionais - enquanto agraciado Pedro Santana Lopes não tem culpa nenhuma - e nojo sinto quando o critério da atribuição da honraria reside, inclusivamente, no facto de, in casu, como foi por diversas vezes referido, Santana Lopes ser o único primeiro-ministro que ainda não tinha sido condecorado. Como se tal critério pudesse valer entre gente inteligente, responsável e consciente do seu papel, ou como se houvesse condecoração maior, honra maior, do que ter servido Portugal e os portugueses como primeiro-ministro ou ministro da República.
Aliás, as mordomias inerentes a algumas funções, e a forma como o poder político retribui os seus pelo exercício de funções de Estado, promovendo esses servidores, alguns simplesmente medíocres, sem currículo, obra ou sequer qualificações que os guindassem aos lugares que ocuparam (e ocupam), a administradores de empresas públicas e participadas e banqueiros, num vergonhoso carrossel de lugares e recompensas até à sua reforma, muitas vezes à custa de erros políticos que deviam dar cadeia pelos custos que representam, parece-me forma de compensação mais do que suficiente, e já de si suficientemente indecorosa, que deveria bastar para que os medalhados sentissem alguma repulsa, já não digo vergonha, pelo recebimento deste tipo de condecorações.
Transformar um mandato sofrível, um desastre orçamental, um desconchavo governativo permanente que até mereceu acusações de traição em directo por parte de "amigos do peito" e companheiros de partido, por sinal o mesmo onde militou Cavaco Silva, que mais pareciam amigos da onça, num "acto de justiça", só pode ser entendido como um acto de pública ignomínia.
É, pois, natural, que o anúncio da candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, com tudo o que isso significa para um presidente em exercício, no seu primeiro mandato e a um ano de vista das próximas eleições presidenciais, não esteja no rol das preocupações de Cavaco Silva.
Hoje ficou-se a perceber um pouco melhor porquê. É que no rol das preocupações de Cavaco Silva, Presidente da República, estava exactamente condecorar Pedro Santana Lopes, ainda que para preservar uma "longa tradição", que tem tanto de paroquial quanto de atávica, mas que muito honra a Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas, se tenha acabado de espetar mais um prego no caixão deste regime.
Estranho o silêncio de uma certa direita, sempre atenta quando se trata de defender os seus valores, alguns dos quais não são seu exclusivo, mas que nada diz perante tamanha afronta à dignidade do regime, talvez ciente de que o seu silêncio ainda poderá vir a ser recompensado com uma aliança no futuro que lhe permita de novo ascender ao sacrossanto poder.
Seria bom que o próximo Presidente da República, e já agora o secretário-geral do Partido Socialista, fossem pensando nestas coisas para quando chegar a hora, não do Juízo Final, que isso é com outro rosário, mas de acertar contas com a República. E mesmo assim não sei se algum dia ela estará disposta a perdoar-lhes.
segunda-feira, janeiro 18, 2010
GEOMETRIAS NÃO-EUCLIDIANAS
sexta-feira, janeiro 15, 2010
A COISA PROMETE
quinta-feira, janeiro 14, 2010
UM PAÍS INEXISTENTE
SEGUNDOS DE TERROR
Um câmara de vídeo de Port-au-Prince dá-nos uma pequena ideia do que aconteceu ao final da tarde de 12 de Janeiro.
quarta-feira, janeiro 13, 2010
COMEÇA A SER UM CASO SÉRIO
QUANDO DEUS SE AUSENTA

terça-feira, janeiro 12, 2010
CUBANISMO
O DRAMA DA ASSINATURA
Se há coisa que eu não goste é de gente sem opinião, de tipos do género não se saber se são carne se peixe, que ninguém sabe o que pensam ou o que opinam sobre este ou aquele assunto da actualidade e que se vão acomodando ao sabor das correntes.
Independentemente de ser uma decisão política e de ter resolvido o problema de uma minoria, o diploma agora aprovado obrigará o Presidente da República a definir-se, coisa que até hoje ainda não fez. Nenhum português sabe o que ele pensa sobre o assunto.
Nós podemos imaginar o que ele pensará, mas nunca o ouvimos dizer preto no branco, na posição em que está, se é favor ou se está contra, se assim está bem ou se queria de outro modo. O dizer que não é prioridade não quer dizer nada. Para mim também não era e agora está arrumado.
Se o Presidente suscitar a questão da inconstitucionalidade, então estará a dizer ao Tribunal Constitucional que como está não está bem e arrisca-se a que o TC venha dizer que a adopção deverá ser incluída no diploma.
Uma decisão dessas obrigaria o Parlamento a alargar o regime à adopção, mas deixaria Cavaco Silva descalço, pois seria ele a promover que a Assembleia viesse dizer mais do que aquilo que foi aprovado.
Se nada disser e assinar simplesmente, será visto aos olhos da sua base de apoio como um renegado, quase como que um "traidor".
Se vetar politicamente, posição que apesar de tudo me parece a mais sensata e compreensível aos olhos da opinião pública, em função dos valores e princípios que tem defendido, marcará uma posição mas não se livrará de ser atacado à direita e à esquerda.
Qualquer que venha ser a solução, de uma coisa estou certo: no final, se tomar a decisão de se recandidatar, já não será o mesmo homem que em 2006 venceu as eleições presidenciais.
SATISFAÇÃO
segunda-feira, janeiro 11, 2010
NOVE
Está quase a estrear o novo filme de Rob Marshall. Trata-se ,de um musical que conta no elenco com Nicole Kidman, Kate Hudson, Penélope Cruz, Marion Cotillard, Stacy Fergunson e Sophia Loren. O argumento é de Anthony Minghella. O trailer oficial está aqui e vale a pena dar uma vista de olhos. A coisa promete.
sábado, janeiro 09, 2010
NÃO DEIXEM DE LER
sexta-feira, janeiro 08, 2010
DÚVIDAS
MAIS UM AUTARCA-MODELO
O melhor mesmo é acabar com a agricultura e com os agricultores e transformarmo-nos todos em térmitas. Sempre poderíamos ir comendo alguma madeira, sei lá, sobreiros, contraplacado de fusão produzido por algum "chef" da Estação de Loulé. É tudo muito transparente, como é bom de ver.